terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Ceticismo de Popper



Karl Popper

A aula o dia 22/09 teve como tema o ceticismo de Karl Popper que foi apresentado em um seminário por quatro alunos da disciplina. Inicialmente, o professor Naomar fez uma breve contextualização histórica acerca do tema abordado, o que nos auxiliou a entendermos da melhor forma possível o seminário que logo após foi apresentado pelos nossos colegas.

O seminário sobre o ceticismo de Karl Popper foi extremamente claro e nos fez perceber o papel importante atribuído a esse pensador tão pouco conhecido no Brasil. Popper era o único filósofo, daquela época, que se opunha ao empirismo clássico e ao observacionismo-indutivista da ciência, já que ele acreditava que a ciência era sempre provisória e passível de mutações. Dessa forma, Popper criou a Teoria do Falsificacionismo, na qual ele sustentava que uma teoria científica poderia ser falsificada por uma única observação negativa, contudo nenhuma quantidade de observações positivas poderia garantir a veracidade absoluta de uma teoria científica.

A contribuição de Popper foi completamente distinta das contribuições de outros filósofos/pensadores para a ciência. Este defendeu que não existe processo algum de indução pelo qual possam ser confirmadas as teorias científicas. Popper criticou aquilo a que chamou de “mito do observacionismo”, segundo o qual a observação pode ser fonte segura do conhecimento. No entanto, ele acreditava que por detrás da idéia de indução, encontra-se a convicção errada de que o “investigador” pode observar e experimentar a realidade sem pressupostos e sem preconceitos. Tanto na vida cotidiana como na ciência, a observação não constituí o primeiro passo para validar uma hipótese. É errado que o investigador parta de observações e a partir dessas comece a instituir regras/modelos/teorias.

O método científico, na realidade, acontece de outro modo em uma tentativa de provar a falsidade (e não a veracidade) das hipóteses de que parte, verificando até que ponto elas resistem a hipóteses contrárias. “Se alguém pensar no método científico como um meio para justificar resultados científicos, ficará decepcionado”. Um resultado científico não pode ser justificado, só pode ser criticado e testado. Nada pode ser dito em seu favor, apenas que depois de todas as críticas e testes, uma hipótese parece melhor, mais interessante, mais forte, mais promissora e constituí uma melhor aproximação da verdade do que as outras hipóteses anteriores.

Em seu livro "Conhecimento Objetivo: Uma abordagem evolucionista", Popper concede para a ciência e para a sociedade sua concepção de mundo divido em três, sendo representado da seguinte forma:


  • Mundo 1: Criação Material
  • Mundo 2: Sentimentos, mundo subjetivo
  • Mundo 3: Conhecimento, mundo objetivo


Apesar de Popper ter dividido o mundo em três mundos distintos, não significa que os mesmos não tenham uma relação de co-existência entre si. Exemplificando a nossa afirmação usaremos um simples exemplo: o livro. Apesar do livro ser fabricado, ou seja, pertencer ao mundo material, nele estão depositados conhecimentos do mundo 3 e também sentimentos do autor presentes no mundo 2.



A Lógica da Pesquisa Científica é considerada a principal obra de Popper, publicada em 1934 escrito em alemão, só se torna conhecido três anos depois, quando traduzido para o inglês.

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